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Casa Guatapará |
O memorial descritivo do projeto de reforma dava as
aberturas existentes conservadas e novo rasgo no concreto armado do forro
vedados com vidros Saint Gobain, grantindo assim, uma perfeita iluminação e
ventilação nos saguões. No estrangulamento das entradas para o Edifício
Guataparazinho, pelas ruas Barão e 24 de Maio, foram colocadas apenas vitrines
para manter a largura da passagem praticamente constante ao longo da galeria. A
ligação entre as quadras foi projetada de forma direta sem obstáculos e as
lojas foram adequadas às dimensões da planta existente por isso foram dispostas
de forma irregular, ocupando todo espaço disponível. Elas não apresentam acessos
independentes de serviço ou saída de emergência, o que também não era exigido
na legislação. Os sanitários foram construídos para atender à galeria, embora
algumas lojas os possuíssem, a maioria utilizava o bloco coletivo. Compondo o
conjunto e marcando o ritmo da passagem na galeria comercial, foram colocadas
colunas postiças e floreiras distribuídas nas paredes laterais sobre o piso de
pastilhas cerâmicas.
No edifício original, característico da década de 20, com
um tratamento arquitetônico requintado na fachada e vários elementos
ornamentais como pequenos portões sobre algumas janeçlas, mísulas decoradas com
elementos florais, medalhões e balcões definidos com guarda-corpos de balaústre
– grande parte foi conservada. Além das características arquitetônicas,
mantiveram-se também as atividades de outrora, as salas continuaram ocupadas
por escritórios, agora de profissionais liberais e prestadores de serviços,
enquanto o térreo permaneceu com sua característica notadamente comercial,
ampliada e remodelada pela galeria. Com a galeria, a dinâmica do edifício foi
transformada, o traçado regular e direto e o tratamento arquitetônico datado
dos anos 30 atrás o conjunto eclético as novas necessidades e anseios do
comércio varejista que estava migrando para o centro novo. A possibilidade de
instalar-se a Rua Barão de Itapetininga, uma das mais nobres e famosas ruas da
cidade, entusiasmou pequenos comerciantes que viam na locação ou compra de
pequenos espaços, como os propostos pela Galeria Guatapará uma possibilidade de
estar no Centro Novo.
Bibliografia: Aleixo,
Cinthia Augusta Poleto – Edifícios e Galerias Comerciais Arquitetura e Comércio
na Cidade de São Paulo, anos 50 -60.
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