sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Lojas da Galeria Ipê


Lojas da Galeria Ipê
No térreo, a presença de vigas de transição, previstas em projeto, amplia os vão entre as linhas de pilares, aumentando os espaços para as lojas. Os jardins internos e as claraboias, dois recursos empregados pelo arquiteto solucionaram as questões referentes à ventilação e iluminação das lojas e sanitários do piso térreo.
A circulação entre os andares foi estabelecida pela localização em uma mesma faixa, da caixa de elevadores e da escada. Em cada andar, um corredor de circulação, desenhado entre a face lateral do prédio e as salas, organiza a distribuição da planta.
O recurso dos pátios de iluminação aparece em várias obras de Plínio Croce como no edifício residencial Biaçá, projeto desenvolvido junto com Roberto Aflalo em 1953 para um investidor imobiliário. No caso do Edifício Ipê, os pátios seriam vedados com elementos vazados, outro elemento característico da arquitetura moderna. Oscar Niemeyer, Afonso Reidy, Francisco Bolonha. Eduardo Corona, Plínio Croce empregaram os combogós de diversas formas: dividindo ambientes, garantindo a ventilação cruzada, protegendo espaços ensolarados ou restringindo a visibilidade de certos lugares.
O projeto aprovado pela prefeitura em 1949 sofreu alteração no ano seguinte, a pedido de seus proprietários, que solicitaram a substituição da planta do térreo para a construção de uma “galeria de circulação central com largura de 3,15 metros e lojas dos dois lados”.
No novo projeto, desenvolvido por Plínio Croce em parceria com Roberto Aflalo, o térreo doze lojas e um café, este último na divisa com o Instituto de Previdência do estado de São Paulo, prédio com o qual, o novo edifício se ligaria para criar a galeria.
No espaço antes destinado a duas lojas de porte médio, foram projetadas lojas menores, algumas vitrines, um café e o espaço central de circulação. O desenho da galeria propunha uma ligação simples entre as ruas 7 de abril e Braulio Gomes, bem próximo ao processo que originou a galeria Gutapará. Mas nesse caso, os proprietários dos edifícios eram distintos, as características arquitetônicas e os usos desses espaços também eram completamente diferentes: o prédio do Instituto da Previdência servia a atividades de carácter público e o edifício da 7 de abril atendia aos anseios provados. Porém, ambos compartilhavam o anseio  de transformar os térreos de seus edifícios, acompanhando os novos investimentos nas galerias desejo expresso em documento enviado a Prefeitura: “Trata-se da substituição de plantas a fim de ser subdividido o pavimento térreo em diversas partes, constituindo-se uma galeria à semelhança da “Galeria Guatapará”, “Galeria Rio Branco” e diversas outras existentes no centro da cidade”.

Bibliografia: Aleixo, Cynthia Augusta Poleto - Edificios e Galerias Comerciais Arquitetura e Comércio na Cidade de São Paulo, anos 50-60 – Mestrado escola de engenharia de São Carlos.

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