Salas de cinema, teatros, museus, edifícios-galerias
apresentavam-se como programas já existentes, mas numa escala diferenciada.
Estes novos espaços eram objetos de estudo dos arquitetos modernos que
participavam de maneira mais ativa da construção da cidade legal.
Neste contexto os espaços produzidos pelos arquitetos
modernos com recursos da iniciativa privada eram cada vez mais fundamentais
para a construção da paisagem urbana. Ao iniciar o desenho urbano que deveria
acompanhar as principais vias. A intenção era contribuir para a consolidação da
imagem da cidade moderna evocada pelas grandes avenidas que estavam em execução
e pelos grandes edifícios que deveriam compor o perfil das vias.
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Edifício Itália visto do Edifício Copan - São Paulo |
Neste sentido, mostrava-se fundamental também a
construção de edifícios com caráter monumental que se destacassem na malha
urbana.
Prova disto, era a existência de um artigo no Decreto-lei
nº 92 que determinava que nos pontos focais ou de grande interesse
arquitetônico das vias do circuito se novas avenidas poderiam ser admitidas
alturas além dos limites previstos . 25% da área do lote se este for interno,
30% se for esquina, e 35% se for isolado de todos os lados por ruas. Esta
altura máxima era o dobro dessas mínimas obrigatórias estabelecidas – 39 metros
– para a avenida Ipiranga, um trecho da São João, Largo do Paissandu, Praça
Julio de Mesquita, Largo do Arouche, Praça da república e rua Vieira de
Carvalho.
Esta questão dos pontos focais como área de interesse já
se apresentava no já citado texto do Plano de Avenidas. Lá se defendia que “os
novos edifícios públicos devem de preferência procurar as boas artérias e
pontos focais, e não as artérias os edifícios para polos à mostra”. Isto demonstrava
que as vias do Plano seriam executadas em função de uma maior eficiência na
circulação de veículos, enquanto que o surgimento de perspectivas visuais da
cidade moderna ocorreria numa segunda etapa com a implantação de edifícios
seguindo a nova legislação.
Neste sentido, a presença do Edifício Itália na paisagem do
Centro Novo ganhou destaque pela sua relação com as novas vias do circuito do
anel central. O edifício atingiu a altura de 151 metros (45 andares) e foi
considerado por muitos anos o edifício mais alto da América Latina e o mais
alto do mundo em estrutura de concreto armado.
Bibliografia:
Costa, Sabrina Studart Fontenele – relações entre o traçado urbano e os
edifício modernos no Centro de São Paulo (1938 / 1960)
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