quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O Código Novaiorquino na paisagem de São Paulo.

Dizia sobre o urbanismo paulistano Prestes Maia em 1945: “em matéria de urbanismo geral, iniciamos o zoneamento sistemático. Tarefa não fácil em uma cidade existente cheia de interesses criados e vícios de concreto armado, que só o tempo pode corrigir. Em diversas novas artérias centrais na impossibilidade e na desnecessidade de exigir uma uniformização absoluta de fachadas, à francesa, temos estabelecidas alturas “normais” além das quais os prédios só podem subir mediante recuos sucessivos.
São Paulo copiou Nova York
Aproximamo-nos das silhuetas norte –americanas após o zoning de 1916, e evitam-se os paredões laterais nus tão usados para pavorosos reclames”.
Esse código nova-iorquino , ao qual Prestes Maia se inspirou para determinar como seria São Paulo, foi estabelecido para controlar o crescimento vertical na cidade depois que um arranha-céu de 42 andares – Equitable Building (1915)- prejudicou a insolação e iluminação dos prédios vizinhos. Isso acarretou na diminuição do valor dos imóveis privados de luz.
Desta maneira, foram estabelecidos recuos sucessivos nos pavimentos superiores dos edifícios de maneira a restringir o percentual de ocupação dos lotes. No entanto, a lei de zoneamento de 1916 traça sobre cada terreno ou quadra da superfície de Manhattan um invólucro imaginário que define as alturas máximas permitidas para construção. A lei toma o (edifício) Wvolworth como norma: o processo da mera multiplicação pode avançar até determinada altura; a partir dela, o edifício deve se estreitar em relação à linha do terreno, seguindo certo ângulo, para não impedir a entrada de luz nas ruas. Portanto, se corresponder a 25% da área do terreno, uma torre pode alcançar alturas ilimitadas.
Acreditava-se que limitando o volume do edifício, a entrada de luz e ar nos edifício vizinhos seria garantida  e a quantidade de pessoas em seu interior diminuiria de maneira a também aliviar o trânsito na vizinhança.
A lei de 1916 apresentava uma proposta de paisagem urbana para a metrópole americana, uma vez que sugeria que a multiplicação do solo urbano deveria, ser realizada com um desenho específico e não mais em uma extrusão do desenho do lote em alturas ilimitadas.

Bibliografia: Costa, Sabrina Studart Fontenele – relações entre o traçado urbano e os edifício modernos no Centro de São Paulo (1938 / 1960)


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