segunda-feira, 11 de agosto de 2014

São Paulo construiu um edifício por hora no começo do século XX

Em 1920, as estatísticas registraram 1.875 novas construções que evoluíram para 3.922, em 1930. Isto significa quase um novo edifício por hora. O crescimento da cidade era possível graças ao avanço econômico do Estado, o desenvolvimento da função comercial e a preeminência politico-administrativa  da cidade.
Prédios antigos e modernos de São Paulo 
Este quadro incentivava a execução de obras de melhorias urbanas no Centro Velho de maneira a criar espaços urbanizados a prazíveis. Na gestão de Antonio Prado (1889-1911), o Triangulo Histórico passou por uma remodelação que provocou o novo alinhamento nas ruas XV de novembro, Alvares Penteado, Quintino Bocaiúva e rua da Fundição ( rua Floriano Peixoto).
Na rua XV de Novembro, caracterizada como principal área de comércio e serviços da cidade, era marcante a agitação de pessoas que ocupavam as calçadas e ruas.
O alargamento da via foi possibilitado pela demolição de antigos imóveis e a liberação de terrenos onde foram implantados novos edifícios com uma feição arquitetônica mais europeizada. Entre eles, destaca-se o London River Plate Bank (1912), com onze andares.
Outra via que se relaciona diretamente à história dos primeiros arranha-céus de São Paulo é a rua Líbero Badaró. Sua renovação aconteceu por conta dos planos de melhoramentos para a região do Anhangabaú, baseados no Plano Bouvard. A rua também foi alargada passando dos tradicionais sete metros para dezoito metros – e, recebeu novas construções baseadas numa legislação que impunha uma hegemonia no conjunto arquitetônico. O alargamento da via aconteceu entre os anos de 1911 e 1914, concomitantemente ao alargamento da rua São João e a abertura da futura Praça Patriarca.
Aliado à questão segregadora, o projeto de remodelação do Anhangabaú tinha também como principal objetivo a melhoria da circulação na área central. E o alargamento da Líbero Badaró aparecia como a melhor alternativa para isso, ampliando a capacidade viária da colina central sem precisar realizar custosas desapropriações na zona do triângulo.
Para sua ampliação, foram demolidos os imóveis do lado para da rua. Estas obras de ampliação modificaram completamente seu perfil urbano. A rua antes conhecida por ser um espaço de prostíbulos e cortiços, sofreu uma forte intervenção e tornou-se uma das mais belas vias de São Paulo. Os novos prédios construídos praticamente em um mesmo período – deveriam seguir um padrão estabelecido de alturas e ornamentação.
Assim, foi estabelecida uma harmonia arquitetônica que se diferenciava do restante da cidade.


Bibliografia: Costa, Sabrina Studart Fontenele – relações entre o traçado urbano e os edifício modernos no Centro de São Paulo (1938 / 1960) 

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