sábado, 2 de agosto de 2014

História dos primeiros arranha céus de São Paulo

Na década de 1930, Oswald de Andrade já antevia um processo de mudança com o registro de constates transformações no centro de São Paulo. Os primeiros arranha céus foram construídos na região mais antiga da cidade, em lotes antes ocupados pelo casario colonial.
Muitos desses implantaram-se próximos à praça da Sé, que passava por um forte processo de transformação ainda nas primeiras décadas do século XX.
Praça da Sé- SP começo do século XX
Em 1912, a antiga Catedral foi demolida para a construção de um novo templo. A alteração de sua praça já estava prevista no “Plano Bouvarde”, mas as desapropriações dos imóveis só foram efetivamente realizadas na década de 1910. Com a demolição dos edifícios antigos, duas vias desapareceram, as ruas Esperança e Marechal Deodoro. As novas construções apresentavam uma feição bem diferente das casas coloniais originais. Buscava se implantar uma paisagem condizente com o desenvolvimento econômico pelo qual passava a cidade naquele momento. Assim, as novas edificações buscavam adquirir um caráter europeu, incentivado inclusive pelo poder municipal através de leis que estimulavam a formação de belos conjuntos arquitetônicos.
Nesse contexto, ainda na década de 1920, foi construído um dos mais importantes edifícios da época no entorno da Praça da Sé: o Palacete Santa Helena, concluído em 1925, com sete andares.
Este se mostrava bastante interessante, tanto por sados no edifício, uma fachada marcante ricamente ornamentada, quanto pelo papel que assumiu na vida cultural da cidade ao abrigar um grupo de jovens artistas que ali se reunia: o Grupo Santa Helena.
Formado por imigrantes de origem humilde que se reuniam nos ateliês instalados no edifício, ficaram famosos pela sua produção artística.
Em seu entorno, na Rua Direita, também foi construído, em 1913 o edifício Guinle, com 32 metros de altura que chamava atenção pelo contraste com os edifícios vizinhos.
Mesmo com a construção desses primeiros edifícios com alturas acima do padrão, no primeiro quartel do século XX, São Paulo ainda se caracterizava como uma cidade horizontal com alguns prédios excepcionais de seis e sete andares que rompiam os limites verticais e alteravam a escala na região central.


Bibliografia: Costa, Sabrina Studart Fontenele – relações entre o traçado urbano e os edifício modernos no Centro de São Paulo (1938 / 1960) 

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