Na década de 1930, Oswald de Andrade já antevia um
processo de mudança com o registro de constates transformações no centro de São
Paulo. Os primeiros arranha céus foram construídos na região mais antiga da
cidade, em lotes antes ocupados pelo casario colonial.
Muitos desses implantaram-se próximos à praça da Sé, que
passava por um forte processo de transformação ainda nas primeiras décadas do
século XX.
Praça da Sé- SP começo do século XX |
Em 1912, a antiga Catedral foi demolida para a construção
de um novo templo. A alteração de sua praça já estava prevista no “Plano
Bouvarde”, mas as desapropriações dos imóveis só foram efetivamente realizadas
na década de 1910. Com a demolição dos edifícios antigos, duas vias
desapareceram, as ruas Esperança e Marechal Deodoro. As novas construções
apresentavam uma feição bem diferente das casas coloniais originais. Buscava se
implantar uma paisagem condizente com o desenvolvimento econômico pelo qual
passava a cidade naquele momento. Assim, as novas edificações buscavam adquirir
um caráter europeu, incentivado inclusive pelo poder municipal através de leis
que estimulavam a formação de belos conjuntos arquitetônicos.
Nesse contexto, ainda na década de 1920, foi construído
um dos mais importantes edifícios da época no entorno da Praça da Sé: o
Palacete Santa Helena, concluído em 1925, com sete andares.
Este se mostrava bastante interessante, tanto por sados
no edifício, uma fachada marcante ricamente ornamentada, quanto pelo papel que
assumiu na vida cultural da cidade ao abrigar um grupo de jovens artistas que
ali se reunia: o Grupo Santa Helena.
Formado por imigrantes de origem humilde que se reuniam
nos ateliês instalados no edifício, ficaram famosos pela sua produção
artística.
Em seu entorno, na Rua Direita, também foi construído, em
1913 o edifício Guinle, com 32 metros de altura que chamava atenção pelo contraste
com os edifícios vizinhos.
Mesmo com a construção desses primeiros edifícios com
alturas acima do padrão, no primeiro quartel do século XX, São Paulo ainda se
caracterizava como uma cidade horizontal com alguns prédios excepcionais de
seis e sete andares que rompiam os limites verticais e alteravam a escala na
região central.
Bibliografia:
Costa, Sabrina Studart Fontenele – relações entre o traçado urbano e os
edifício modernos no Centro de São Paulo (1938 / 1960)
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