Foi dentro das limitações impostas por lei que os
arquitetos estabeleceram o projeto do Edificio R. Monteiro, bem no centro da
nova nucleação urbana paulistana.
Parte frontal interna da Galeria R. Monteiro |
Projetado por Rino Levi e os arquitetos Roberto de
Cerqueira César e Luiz Roberto Carvalho Franco o prédio de respeitar as
imitações impostas pela lei municipal de edificações. Construído no núcleo
central, na rua 24 de Maio, o projeto alcançou dentro das limitações legais uma
composição original, com a separação entre a base adoçada aos prédios vizinhos
e a torre de escritórios – um prisma puro, livre e recuado dos quatro limites
do lote.Esse recurso além de “liberar” a torre, garantindo a sua apreensão como
um volume único, ampliou a área de iluminação e ventilação, eliminando uso dos
poços internos que fragmentariam o conjunto.
A divisão do edifício, em duas estruturas, foi também uma
separação programática. Na parte inferior os arquitetos concentraram a galeria
em dois níveis: térreo, conectado ao edifício Itá e, na torre, os escritórios e
salas comerciais. Entre os dois, um volume horizontal paira sobre a galeria de
dimensões generosas, compondo com ela o embasamento, que se contrapõe ao prisma
vertical.
Com esses dois pavimentos de salas, Rino Levi construiu,
em associação com a galeria, uma estrutura visivelmente sólida para a “sustentação”
estética da torre de escritórios. O conjunto galeria/volume horizontal
permanece “encaixado” aos prédios vizinhos, reforçando a sensação de uma base
que “suporta” o volume vertical.
Em paralelo a essa noção de sustentação, os arquitetos
trabalharam com a liberação desse próprio retângulo horizontal que parece
apoiar-se apenas nas laterais da galeria. O vão central livre criado entre o
piso térreo e o mezanino, ambos abertos à calçada e recuados do alinhamento do
lote, liberou o volume acima, suspendendo-o visualmente. O recuo da estrutura
de pilares que sustentam o pé-direito duplo e os planos de vidros que vedam a
galeraia realçam ainda mais esse efeito.
As escadas rolantes fazem a ligação entre os dois níveis
da galeria que incorpora o fluxo de pedestres entre as ruas 24 de Maio e Barão
de Itapetininga, duas importantes ruas do quadrilátero central, para garantir a
sua vitalidade. Inicialmente, a galeria estava voltada apenas para a rua 24 de
Maio. Em um segundo momento, foi estabelecido uma ligação entre a rua 24 de
Maio e a Barão de Itapetininga através da Galeria Itá.
Bibliografia: Aleixo, Cynthia Augusta Poleto – Edifícios e
Galerias Comerciais Arquitetura e Comércio na Cidade de São Paulo, anos 50-60 –
Tese de mestrado – Escola de Engenharia de São Carlos.
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