domingo, 10 de março de 2013

Edificio Galeria R. Monteiro


Foi dentro das limitações impostas por lei que os arquitetos estabeleceram o projeto do Edificio R. Monteiro, bem no centro da nova nucleação urbana paulistana.
Parte frontal interna da Galeria R. Monteiro
Projetado por Rino Levi e os arquitetos Roberto de Cerqueira César e Luiz Roberto Carvalho Franco o prédio de respeitar as imitações impostas pela lei municipal de edificações. Construído no núcleo central, na rua 24 de Maio, o projeto alcançou dentro das limitações legais uma composição original, com a separação entre a base adoçada aos prédios vizinhos e a torre de escritórios – um prisma puro, livre e recuado dos quatro limites do lote.Esse recurso além de “liberar” a torre, garantindo a sua apreensão como um volume único, ampliou a área de iluminação e ventilação, eliminando uso dos poços internos que fragmentariam o conjunto.
A divisão do edifício, em duas estruturas, foi também uma separação programática. Na parte inferior os arquitetos concentraram a galeria em dois níveis: térreo, conectado ao edifício Itá e, na torre, os escritórios e salas comerciais. Entre os dois, um volume horizontal paira sobre a galeria de dimensões generosas, compondo com ela o embasamento, que se contrapõe ao prisma vertical.
Com esses dois pavimentos de salas, Rino Levi construiu, em associação com a galeria, uma estrutura visivelmente sólida para a “sustentação” estética da torre de escritórios. O conjunto galeria/volume horizontal permanece “encaixado” aos prédios vizinhos, reforçando a sensação de uma base que “suporta” o volume vertical.
Em paralelo a essa noção de sustentação, os arquitetos trabalharam com a liberação desse próprio retângulo horizontal que parece apoiar-se apenas nas laterais da galeria. O vão central livre criado entre o piso térreo e o mezanino, ambos abertos à calçada e recuados do alinhamento do lote, liberou o volume acima, suspendendo-o visualmente. O recuo da estrutura de pilares que sustentam o pé-direito duplo e os planos de vidros que vedam a galeraia realçam ainda mais esse efeito.
As escadas rolantes fazem a ligação entre os dois níveis da galeria que incorpora o fluxo de pedestres entre as ruas 24 de Maio e Barão de Itapetininga, duas importantes ruas do quadrilátero central, para garantir a sua vitalidade. Inicialmente, a galeria estava voltada apenas para a rua 24 de Maio. Em um segundo momento, foi estabelecido uma ligação entre a rua 24 de Maio e a Barão de Itapetininga através da Galeria Itá.
Bibliografia:  Aleixo, Cynthia Augusta Poleto – Edifícios e Galerias Comerciais Arquitetura e Comércio na Cidade de São Paulo, anos 50-60 – Tese de mestrado – Escola de Engenharia de São Carlos.

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