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Mural da Galeria Itá. |
A área construída é seis vezes a área do terreno, e a
altura do edifício são as máximas previstas pela legislação no período. Mesmo
trabalhando com as limitações da legislação, o projeto desenvolvido por Rino
Levi e associados, garante a originalidade do tratamento dado ao percurso pela
galeria e a volumetria do conjunto. O espaço flui, atraindo o pedestre para o
seu interior que se desenvolve em dois níveis e circulações diferentes.
O primeiro dado pelo vai e vem de pessoas entre as duas
quadras, movimentando o comércio da galeria e do mezanino. O segundo, projetado
de forma compacta e central possibilita o acesso à torre de escritório. O
volume dos elevadores, caixa de escadas e sanitários funciona como organizador
do andar-tipo, com as salas distribuídas simetricamente ao seu redor.
Apesar de ter sido projetado como um volume compacto, o
tratamento desprendido à circulação vertical a torna um elemento plástico com
uma forte presença na galeria. Neste piso, as escadas, os elevadores e
sanitários receberam painéis de madeira clara, com detalhes na diagonal,
delimitando dois volumes simétricos, em perfeita harmonia com os pilares e
vigas em concreto aparente e os planos de vidro das lojas. A partir do
mezanino, o volume ganha uma estrutura maior, fechando todo o espaço entre os
pilares centrais, além disso, recebe como acabamento um painel cerâmico esverdeado,
com desenhos em alto e baixo relevo assinados por Roberto Burle Marx. Nos
andares, grandes peças de granito rosa e faixas de mármore branco revestem as
portas: nas paredes do hall, painéis com peças cerâmicas retangulares
esverdeadas, assentadas na vertical, estabelecem um diálogo com o volume
exterior.
A estrutura modulada da torre é composta por pilares
periféricos definindo o volume da mesma e pilares centrais junto à caixa de
circulação. O desenho do encontro entre os pilares e a junção dos planos de
vedação externa é de uma precisão e delicadeza surpreendente. Ao
descaracterizar a quina formada por esses planos, a linha tênue que define o
prisma se perde, sendo redefinida apenas visualmente, a partir de um vazio que
sugere a sua existência.
A malha de pilares do conjunto galeria/volume horizontal
é desenhada por pilares robustos distribuídos na parte central do lote, em quatro
linhas. Duas bem próximas às vedações das lojas e duas entre as escadas
rolantes e o bloco com sanitários e lojas. A malha da torre coincide com a da
galeria, com os quatro pontos principais contínuos entre os dois volumes.
Bibliografia:
Aleixo, Cynthia Augusta Poleto – Edifícios e Galerias Comerciais Arquitetura e
Comércio na Cidade de São Paulo, anos 50-60 – Tese de mestrado – Escola de
Engenharia de São Carlos.
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