Um ato municipal de setembro de 1938 aprovara o novo
traçado do perímetro de irradiação: as primeiras desapropriações ocorrem logo
em seguida, dando início as obras. O alargamento da Ru Ipiranga e seu prolongamento
sobre a Rua: Epitácio Pessoa gerou a Avenida Ipiranga primeira componente do
perímetro de irradiação inaugurada em 27 de abril de 1941, medindo 1.400m de
extensão por 37m de largura. A quadra em estudo foi refeita após o ato,
constituindo-se num caso típico: onde um tecido pré-existente é profundamente
alterado, conformando uma nova quadra, e seus respectivos lotes, de forma
irregular.
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Av: Ipiranga |
A antiga quadra possuía grandes dimensões, pois continha
a Escola Normal e o Jardim de Infância. O prolongamento e alargamento das novas
avenidas a secionou de forma a distingui-las com clareza da escola, hoje
Instituto Caetano de Campos. Consequentemente, seus lotes tiveram suas
geometrias e dimensões modificadas parcialmente. Os lotes voltados para a Rua
Araujo foram mantidos em seu desenho anterior. Aqueles postados para a antiga
Escola Normal hoje Praça da República e Caetano de Campos, foram ampliados
sobre parte do terreno do Jardim de Infância: outra parte foi destinada ao
alargamento da São Luiz. Entretanto, os lotes voltados para a Avenida Ipiranga
tiveram suas dimensões bastante reduzidas, pois os grandes cortes e alargamentos
ocorreram pelos seus lados. Da antiga quadra só remanesceram, até recentemente
dois galpões e um sobrado que agora é ocupado pelo Hotel Mercury.
Os decretos-lei de 1940 e 1941 regulamentaram respectivamente
as construções na Avenida Ipiranga e na zona central. Alturas mínimas e máximas
para os edifícios, alinhamento, padrões de acabamento para o embasamento,
verticalização induzida sob pena de aumento de impostos e incentivos para
ampliação de passeios públicos foram elementos importantes na definição das
volumetrias e caráter estético das edificações e das novas avenidas. Nas
Avenidas Ipiranga e São Luiz, as alturas mínimas para as edificações foram
determinadas em 39m ou 11 pavimentos; quando construídas no alinhamento. Por
meio de escalonamento sucessivos poderia ser atingir novas alturas. Para a rua
Araujo, que não fazia parte da área central a legislação era outra: poderia se
atingir no máximo a altura de uma vez e meia a largura da rua, com
escalonamento progressivo z partir do alinhamento. Tinha-se portanto, na mesma
quadra duas legislações distintas que privilegiavam, sobre tudo, as avenidas e
sua configuração geral: além dos dispositivos que permitiam altura até 80 m
guardando-se recuos laterais.
Bibliografia:Edifícios
Modernos e o Centro Histórico de São Paulo dificuldades de textura e forma –
Alessandro José Castroviejo Ribeiro – Tese de Doutorado. pág 155
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