domingo, 13 de maio de 2012

Simultaniedade estilística dos edifícios Jaçatuba e Renata S. Ferreira


Um ato municipal de setembro de 1938 aprovara o novo traçado do perímetro de irradiação: as primeiras desapropriações ocorrem logo em seguida, dando início as obras. O alargamento da Ru Ipiranga e seu prolongamento sobre a Rua: Epitácio Pessoa gerou a Avenida Ipiranga primeira componente do perímetro de irradiação inaugurada em 27 de abril de 1941, medindo 1.400m de extensão por 37m de largura. A quadra em estudo foi refeita após o ato, constituindo-se num caso típico: onde um tecido pré-existente é profundamente alterado, conformando uma nova quadra, e seus respectivos lotes, de forma irregular.
Av: Ipiranga
A antiga quadra possuía grandes dimensões, pois continha a Escola Normal e o Jardim de Infância. O prolongamento e alargamento das novas avenidas a secionou de forma a distingui-las com clareza da escola, hoje Instituto Caetano de Campos. Consequentemente, seus lotes tiveram suas geometrias e dimensões modificadas parcialmente. Os lotes voltados para a Rua Araujo foram mantidos em seu desenho anterior. Aqueles postados para a antiga Escola Normal hoje Praça da República e Caetano de Campos, foram ampliados sobre parte do terreno do Jardim de Infância: outra parte foi destinada ao alargamento da São Luiz. Entretanto, os lotes voltados para a Avenida Ipiranga tiveram suas dimensões bastante reduzidas, pois os grandes cortes e alargamentos ocorreram pelos seus lados. Da antiga quadra só remanesceram, até recentemente dois galpões e um sobrado que agora é ocupado pelo Hotel Mercury.
Os decretos-lei de 1940 e 1941 regulamentaram respectivamente as construções na Avenida Ipiranga e na zona central. Alturas mínimas e máximas para os edifícios, alinhamento, padrões de acabamento para o embasamento, verticalização induzida sob pena de aumento de impostos e incentivos para ampliação de passeios públicos foram elementos importantes na definição das volumetrias e caráter estético das edificações e das novas avenidas. Nas Avenidas Ipiranga e São Luiz, as alturas mínimas para as edificações foram determinadas em 39m ou 11 pavimentos; quando construídas no alinhamento. Por meio de escalonamento sucessivos poderia ser atingir novas alturas. Para a rua Araujo, que não fazia parte da área central a legislação era outra: poderia se atingir no máximo a altura de uma vez e meia a largura da rua, com escalonamento progressivo z partir do alinhamento. Tinha-se portanto, na mesma quadra duas legislações distintas que privilegiavam, sobre tudo, as avenidas e sua configuração geral: além dos dispositivos que permitiam altura até 80 m guardando-se recuos laterais.

Bibliografia:Edifícios Modernos e o Centro Histórico de São Paulo dificuldades de textura e forma – Alessandro José Castroviejo Ribeiro – Tese de Doutorado. pág 155

Nenhum comentário:

Postar um comentário