Quando da implantação do Plano de Avenidas na gestão de
Francisco prestes Maia (prefeito de São Paulo entre 1938 e 1945) as ruas
Epitácio Pessoa e Ipiranga foram unidas e alargadas.
![]() |
Frente do Edificio Jaçatuba |
A Avenida São Luiz além de alargada estendeu-se rumo a
Praça da República.
Na outra extremidade, a Rua Major Sertório seria
prolongada até a nova Ipiranga, cruzando no caminho a Rua Araujo: estava então
formada uma quadra tipicamente moderna, fruto do processo modernizador iniciado
na década anterior, com a colaboração de Ulhôa Cintra.
Sob essas circunstâncias, a Avenidas Ipiranga e São Luiz
seriam abertas, constituindo-se em símbolos e marcas de uma modernização já em
curso, pautada, sobre tudo , na verticalização e no sistema rodoviarista; elemento
central de um modelo radial- perimetral que sintetizava em torno de si os
desígnios de uma cidade em crescimento acelerado. O processo modernizado em
curso nos anos 40 tinha conteúdo, forma e estrutura: uma verticalização
frenética e estimulada, apoiada numa legislação até certo ponto coercitiva, uma
estética embelezadora e num sistema de
circulação que priorizou, sobretudo, o automóvel; embora o plano de Avenidas contemplasse
diversos outros aspectos.
Entre uma modernidade plural de caráter internacional e
um urbanismo modernizado levado a termos em São Paulo, materializou-se uma
arquitetura dos edifícios imersa numa diversidade estilística a primeira vista
desvinculada do imaginário e da modernização em curso no âmbito do urbanismo e
da cidade. A propósito, Cândido Malta Campos relata: “até 1945, pelo menos, a
produção modernista surgia no meio de ampla gama de propostas, todas modernas,
portadoras de considerável diversidade estética e ideológica”. Antes de se impor
como alternativa hegemônica após a segunda guerra, o modernismo propriamente
dito dividia espaços com outras manifestações do moderno e da vontade modernizadora.
Em meio a esse ideário e ações, uma nova quadra foi então
configurada depois dos cortes no tecido anterior. Nela seriam construídos os
três edifícios de Oswaldo Arthur Bratke: o Jaçatuba de 1942; depois nas esquinas
adjacentes, o ABC de 1949 e o Renata Sampaio Ferreira de 1956. Naquele momento
em particular, um fragmento urbano estava sendo construído por uma grande
empreitada.
No decorrer das décadas seguintes uma linguagem moderna
de caráter brasileira ficaria manifestada com mais clareza. Assim, as três de
obras de Bratke resumem numa mesma esquina parte dessa trajetória da
arquitetura brasileira rumo a uma identidade própria: incorporando as questões
climáticas, dos materiais locais e propondo novas tipologias mais libertas das
amarras do lote, porém ainda vinculadas à rua.
Bibliografia: Edifícios Modernos e o Centro
Histórico de São Paulo dificuldades de textura e forma- Alessandro José
Castroviejo Ribeiro – Tese de Doutorado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário