Monica Junqueira de Camargo(2000) e Hugo Segawa relatam
uma negociação entre Bratke,(o arquiteto que projetou os prédios) e a
prefeitura para aumentar a altura da edificação. Segundo esses relatos essa
negociação implicou o acréscimo de dois pavimentos no corpo principal do
prédio: para tanto, lançou-se mão de um artifício que manipulava virtualmente a
distância dos limites do lote até o largo defronte. Esse procedimento teria
então gerado a forma côncava da fachada principal.
O Jaçatuba foi projetado como um conjunto para
consultórios médicos. Suas formas e linguagem são o desvelaide de um saber
peculiar a Oswaldo Bratke. Aquilo que a urbe pautou, como normativa estava
parcialmente dominado por uma volumetria já definida e negociada.
As manipulações do programa e da legislação geraram o
esquema cklássico de uma bissetriz que divide igualmente dois setores, onde no
centro, postado mais ao fundo do lote, aloja-se a circulação vertical
(elevadores e escada) e, nos lados, simetricamente, os respectivos consultórios
formando dois grandes conjuntos com salas que se intercomunicam entre si;
complementadas por um corredor interno. Até certo ponto as geometrias de
arestas regulares prevalecem. Quando o arranjo espacial se aproxima dos limites
irregulares do lote, os espaços tendem a ser mais disformes, mais agudos, ou
seja, passam a ser destinados às atividades de menor importância ou mais
flexíveis como armários e depósitos. É relevante o espaço/armário incrustado na
transição entre o Jaçatuba e o São Bartolomeu. Em planta ele é incorporado como
um apêndice secundário de uma sala; na fachada, separado por uma moldura, é o
elemento neutro que faz a transição entre os dois edifícios contíguos: permitindo,
assim, que o Jaçatuba seja percebido como uma unidade plástica volumétrica. A
solução em planta não permite uma geometria sem arestas e harmoniosa, mas pelas
soluções compositivas espaciais e plásticas, no caso, pelas molduras nas
fachadas foi possível estabelecer uma correlação entre conteúdos internos e
externos, os harmonizado.
Há no Jaçatuba uma coincidência entre estrutura e unidade
formal: os espaços e suas dimensões correspondem de certa maneira à disposição
dos elementos de apoio. Nos pavimentos tipo não há nenhuma distinção entre
elementos estruturais , de concreto armado e os elementos de vedação: com
certeza, pilares e vigas independentes, encontram-se embutidos nas alvenarias,
porém; seus espaçamentos coincidem, quase sempre, com as paredes divisórias. A
exceção fica no piso térreo, ali alguns pilares afloram-se, destacando-se dos
tijolos de vidro.
Se a estrutura ainda não é um elemento de expressão
primordial na sistematização e modulação especial do Jaçatuba o será no ABC e
Renata Sampaio Ferreira.
Bibliografia:
Edifícios Modernos e o Centro Histórico de São Paulo dificuldades de textura e
forma. Alessandro José Castroviejo Ribeiro- Tese de Doutorado -= pág 158
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