As feiras livres só surgiram em São Paulo com a primeira guerra mundial. Existiam, no começo do século XX, o “Mercadinho” e o “Mercado Grande”.
Quem saísse da Praça Antônio Prado descendo pela ladeira de São João, no lugar hoje fronteiriço ao Correio, a Rua de São João, com 10m de largura, tinha do lado esquerdo o Teatro Politeama, paredes e telhado de folhas de zinco, e do lado direito o “Mercadinho de São João”, paredes e telhado de folhas de zinco.
O mercadinho era um quadrado, de 50metros por 50 metros, uma entrada central em cada face.
Havia frutas, cereais, legumes, verduras, lingüiças frangos, toda a pequena produção das chácaras dos arredores da cidade, e um setor de peixe, vindo de Santos. Nada de artigos que não fossem comestíveis, a não ser as cestinhas e peneiras tecidas em taquara e os potes e moringas de barro. Só comestíveis bacalhau seco, mas não produtos enlatados. (1)
No final do século XIX mais precisamente em 18 de junho de 1897 é sancionada pela câmara a lei que autoriza “a construção de um Mercado no lugar onde está situado o mercado da rua São João. As obras ora autorizadas, a cuja execução se obriga o concessionário, constam das seguintes; a) Demolição de todas as casas da travessa do Seminário Indispensáveis a formação da grande praça onde será construído o mercado; b) Nivelamento das ruas Formosa, Seminário e São João pela rua que esta última tem, sobre a cobertura do rio Anhangabaú”. No mesmo ano a Lei nº 305 “Concede permissão para a construção de um lugar onde esta situado o Mercado da rua São João”. Dois anos depois o Ato n° 23 21/03/1899 aprova, as plantas e os desenhos das obras de construção de um novo mercado, onde existe o da rua São João, contratados com o engenheiro Jesuíno de Mattos”.
O crescimento vertiginoso de São Paulo a partir da década de 1870 foi fruto do grande crescimento da economia cafeeira da chegada dos imigrantes. De 1886 a 1900, a população cresceu mais de cinco vezes.
A região central vivia um desenvolvimento acelerado principalmente nas ruas São João, Formosa, Anhangabaú, Ponte do Lorena, sobre o Anhangabaú, que ligava a Ladeira do Piques com a Ladeira da Memória, atual Praça das Bandeiras. Sanear as várzeas do ribeirão do Anhangabaú e ampliar a rua São João exigia que o Mercadinho de São João fosse demolido e substituído e foi o que aconteceu através da lei nº 1050 de 02 de outubro de 1907.
Dez anos depois a lei nº 2052 10 de fevereiro de 1917 “autoriza a montagem de todo material do antigo “Mercadinho de São João”, no local onde funciona o mercado rural de Pinheiros, no distrito do Butantan”.
Assim, o Mercadinho da Rua São João não só se mudou, mas também morreu, pois hoje, antigo mercado de Pinheiros deu lugar as obras do metrô Linha a Amarela, e pelo menos no tradicional largo da Babata o Mercado de Pinheiros morreu.
Bibliografia
Americano, Jorge – São Paulo naquele tempo 1895 -1915
Revista Histórica nº 11 junho/julho/agosto 2003
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