sábado, 18 de setembro de 2010

Nova Luz entre Zumbis e Demolição

O administrador público derruba constrói, e vai cavando e levantando a seu bel prazer sem consultar quem vive no lugar.

Agora é a vez da “Nova Luz”, que deveria chamar-se “ Nova Demolição”. Sim porque, a prefeitura para Nova Luz crack_tltomar uma atitude contra a degradação humana, zumbis do crack, que é o maior problema do bairro, está demolindo, demolindo e demolindo prédios que poderiam ser aproveitados. É a continuidade da filosofia bota abaixo e faz de novo. Sem pensar nos custos múltiplos que isso tem. E pensar que São Paulo no começo do Século XX já fazia este tipo de mudança.

“Seguiu pela esquerda (Como é estranho! Não entendo mais nada. Ah! sobrou uma face da Rua Bráulio Gomes, a que tem a capelinha na esquina da Rua Xavier de Toledo. Mas, será possível? A capelinha também desapareceu!”) 

Quis orientar-se ao entrar na rua da Consolação (“Está ali a mureta da ladeira que vai para o Piques”).

Mas a Biblioteca Municipal Mário de Andrade atrapalho-o ( “terá sumido o arvoredo do Jardim do Nicolau Sousa Queirós? Não. Ainda estão as palmeiras perto daquela estátua. Camões?”).

Deus mais uns passos e reconheceu, na esquina, outras árvores (“Estas, seguramente, são do jardim do Nicolau Sousa Queirós”)

Olhou para o lado oposto (“Era a casa de José Carlos de Macedo Soares, na esquina da Rua Major Quedinho.Na outra esquina o Colégio Sagrado Coração de Jesus, para meninas. Mas sumiu a casa de José Carlos, sumiu o colégio, e sumiu a rua Major Quedinho! Ah! não! ao menos a rua Major Quedinho está ali adiante”)”.(1)

Estas são observações de um morador de São Paulo a quase 90 anos. Assim estamos nós em relação ao trecho proposto como Projeto Nova Luz. 

Será que vamos encontrar alguma Avenida Casper Líbero quanto terminar as obras do metrô linha Amarela? Por hora o que existe são buracos e tapumes.

Entre a Brigadeiro Tobias e Av Prestes Maia, mais crateras que em algum momento poderá ressurgir em uma nova estação de Metrô.

Na rua Mauá entre a rua dos Protestantes e General Couto de Magalhães mais uma demolição grandiosa. No aviso a indicação:

“Estamos construindo a futura sub-prefeitura da Luz”. Mas o pior, o pior mesmo está em Frente a Estação de Trens Júlio Prestes.

Lá os zumbis da “cracolândia” conseguiram um espaço murado para se ferir e se matar pela droga sem que ninguém veja.

A velha rodoviária está demolida e fica entre os muros dos prédios seus vizinhos. Um espaço aberto para o unovaluz1so da droga como a saída do “Minhocão” em frente a Rua Barão da Joatinga em Santa Cecília.

Encaminhamento das questões sociais não dá voto. Não fica para posteridade e não facilita o desvio de verba. Então, é melhor demolir e reconstruir do que buscar saída para as fábricas de zumbis do crack que aumentam a cada dia.

(1) Americano, Jorge – São Paulo nesse tempo 1915-1935

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