Os anos 40
foram o início de uma nova era. A cidade abandonou os padrões estéticos
europeus e adotou construções audaciosas, fundamentadas na verticalização e
privilegiadas pela crescente indústria local e por um novo olhar. O olhar para
o moderno.
Os anos 40
marcaram, no Brasil, o período final da ditadura imposta por Getúlio Vargas.
Foi um momento de abertura política, de grande crescimento da indústria
nacional e de modernização, tanto na economia, como na sociedade brasileira.
Com o fim do Estado Novo, o processo de rearticulação da vida democrática, como
salienta Feldman, trouxe de volta a disputa política – partidária e a
constituição de órgão público mais abrangente e preocupado com as questões
urbanas emergentes. Havia no país uma nova mentalidade positivista que
impulsionava a um futuro promissor.
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Os bondes faziam a ligação dos bairros da cidade |
Em São Paulo,
com a retomada da abertura política, havia a possibilidade de dar ao país uma
resposta à derrota política sofrida em 1932. A vitória agora, se dava com
outras armas e com outros combatentes. A indústria, o crescimento alucinante da
cidade e o poderio econômico dos novos mecenas ricos imigrantes, destacavam a
cidade das demais e a colocavam no topo nacional.
Nos anos 50
havia uma cidade à espera da ousadia e do arrojo de alguns homens que a
despertassem para o necessário voo. Esta nova mentalidade seria muito utilizada
pela mídia da época e por acadêmicos paulistanos como uma doutrina a ser
seguida e uma espécie de mola propulsora de novos avanços.
A era pós
Vargas trouxe aos arquitetos paulistas dois novos clientes: o burguês e o
operário
A sociedade
paulistana nos anos que seguiram após a abertura política e, sobretudo ao período
do IV Centenário se apoiou no seu promissor futuro e se tornou o centro
germinador de ideias e símbolos.
São Paulo, em
meados do século XX, era uma cidade em franco crescimento. Segundo dados da
revista Acrópole de 1952, “São Paulo, em 1940, possuía cerca de 1.326.261
habitantes e, em 1950, 2.227.512 habitantes”.
Do ponto de vista espacial,. A cidade cresceu de maneira assustadora: em
1930 era cerca de 130 quilômetros quadrados; em 1954 ultrapassava os 400
quilômetros quadrados. Desta forma, a cidade se tornou solo fértil para
diversas transformações. No entanto, não podemos atribuir somente ao crescimento
populacional ou espacial transformação de São Paulo em metrópole. Segundo
Meyer, São Paulo tornou-se metrópole não apenas pelas dimensões assumidas, mas
também pelos novos problemas sociais, pelo conforto com novos temas urbanos e,
sobretudo, por uma nova sociedade, mais urbanizada e com grande poder
econômico. O quadro da arquitetura paulista começou a alterar-se, tendendo a um
pensamento coletivo voltado a modernidade.
Bibliografia:
Monteiro, Ana Carla de Castro Alves – Os hotéis da Metrópole – O contexto
histórico e urbano da cidade de São Paulo através da produção arquitetônica
hoteleira (1940 – 1960)
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