Galeria Itapetininga |
Não se trata de uma estrutura inovadora no que tange a
organização espacial dos ambientes, nem tampouco de uma solução rigorosa e
detalhada como as desenvolvidas por Fraz Heep para os edifícios de kitchenettes
pelo mercado imobiliário nos anos 50. Mas já há indícios da necessidade de
construir para esse setor, que em 1942, demandava a produção de apartamentos pequenos
para atender à classe média que estava se construindo como cliente do mercado
imobiliário.
De acordo com os documentos encontrados, em 1951 Varam
Keutenedjian era o proprietários dos edifícios e do terreno por ele utilizado
para a construção do terceiro edifício. No mesmo ano, Keutenedjian contratou o
Escritório Técnico “Ramos de Azevedo”, Engenharia-Arquitetura-Construções-Severo
Villares S.A para projetá-lo.
O engenheiro arquiteto Affonso lervolino desenvolveu o
projeto de um edifício, conectado aos existentes, mas independente
estruturalmente. Atendendo à legislação do período, o projeto manteve o
gabarito do edif´cio voltado para a rua Barão de Itapetininga. A galeria ainda
não estava nos planos do novo proprietário que solicitou apenas a construção de
uma loja no térreo do novo bloco com acesso pela rua 7 de abril.
A estrutura modulada ganhou visibilidade no térreo, com
os pilares centrais cilíndricos aparentes. O eixo de pilares permanecerá livre
na galeria construída anos depois. A caixa da escada foi localizada em uma das
extemidades do lote e ao lado os sanitários que atendiam apenas ao piso da rua.
Uma segunda prumada de sanitários foi posicionada próxima à extremidade oposta
do lote, atendendo aos andares de escritórios. Ao longo dos andares-tipo foram
construídas quatro salas de tamanhos diferentes, distribuídas ao redor de
saguões de iluminação e ventilação.
Manteve-se, com isso, a distribuição tradicional ao longo do corredor, com
perfurações no miolo do lote garantindo a salubridade do ambiente.
Para o novo bloco não foi prevista a instalação de
elevadores, pois ele seria atendido pelos elevadores do prédio existente e por
isso um terceiro elevador instalado no espaço previsto em projeto para isto. Todos
os doze andares foram destinados a escritórios. Não aparece nesse projeto
qualquer insinuação a construção de apartamentos, talvez pela situação da
implantação do edifício, sem visibilidade para a rua, ou talvez pelo momento de
maior especialização do Centro Novo, priorizando o setor comercial.
Em 1957, a família Keutenedjian solicitou à Prefeitura
Municipal autorização para a reforma dos térreos dos três edifícios,
transformando-os em uma galeria.
Bibliografia:
Aleixo, Cynthia Augusta Poleto – Edifícios e Galerias Comerciais Arquitetura e
Comércio na Cidade de São Paulo, anos 50-60 – Tese de mestrado – Escola de
Engenharia de São Carlos.
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