domingo, 17 de fevereiro de 2013

Na Galeria Piratininga é construído um prédio de escritórios.

Galeria Itapetininga

Não se trata de uma estrutura inovadora no que tange a organização espacial dos ambientes, nem tampouco de uma solução rigorosa e detalhada como as desenvolvidas por Fraz Heep para os edifícios de kitchenettes pelo mercado imobiliário nos anos 50. Mas já há indícios da necessidade de construir para esse setor, que em 1942, demandava a produção de apartamentos pequenos para atender à classe média que estava se construindo como cliente do mercado imobiliário.
De acordo com os documentos encontrados, em 1951 Varam Keutenedjian era o proprietários dos edifícios e do terreno por ele utilizado para a construção do terceiro edifício. No mesmo ano, Keutenedjian contratou o Escritório Técnico “Ramos de Azevedo”, Engenharia-Arquitetura-Construções-Severo Villares S.A para projetá-lo.
O engenheiro arquiteto Affonso lervolino desenvolveu o projeto de um edifício, conectado aos existentes, mas independente estruturalmente. Atendendo à legislação do período, o projeto manteve o gabarito do edif´cio voltado para a rua Barão de Itapetininga. A galeria ainda não estava nos planos do novo proprietário que solicitou apenas a construção de uma loja no térreo do novo bloco com acesso pela rua 7 de abril.
A estrutura modulada ganhou visibilidade no térreo, com os pilares centrais cilíndricos aparentes. O eixo de pilares permanecerá livre na galeria construída anos depois. A caixa da escada foi localizada em uma das extemidades do lote e ao lado os sanitários que atendiam apenas ao piso da rua. Uma segunda prumada de sanitários foi posicionada próxima à extremidade oposta do lote, atendendo aos andares de escritórios. Ao longo dos andares-tipo foram construídas quatro salas de tamanhos diferentes, distribuídas ao redor de saguões  de iluminação e ventilação. Manteve-se, com isso, a distribuição tradicional ao longo do corredor, com perfurações no miolo do lote garantindo a salubridade do ambiente.
Para o novo bloco não foi prevista a instalação de elevadores, pois ele seria atendido pelos elevadores do prédio existente e por isso um terceiro elevador instalado no espaço previsto em projeto para isto. Todos os doze andares foram destinados a escritórios. Não aparece nesse projeto qualquer insinuação a construção de apartamentos, talvez pela situação da implantação do edifício, sem visibilidade para a rua, ou talvez pelo momento de maior especialização do Centro Novo, priorizando o setor comercial.
Em 1957, a família Keutenedjian solicitou à Prefeitura Municipal autorização para a reforma dos térreos dos três edifícios, transformando-os em uma galeria.
Bibliografia: Aleixo, Cynthia Augusta Poleto – Edifícios e Galerias Comerciais Arquitetura e Comércio na Cidade de São Paulo, anos 50-60 – Tese de mestrado – Escola de Engenharia de São Carlos.

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