domingo, 10 de junho de 2012

A ambiguidade entre o Renata Sampaio e os outros dois edifícios


Fachada baixa do Ed. Renata Sampaio Ferreira

No Renata Sampaio revela uma tentativa de conciliar a torre isolada, com seu fascínio próprio e, o embasamento conectado ao rés do chão. Porém, essas relações mostram-se ambíguas: a própria torre não é totalmente isolada: um de seus lados é uma empena cega postada na divisa de fundo do lote, qualquer edificação colada ali poderia diluir a leitura da torre; e o embasamento ora é fruto da geometria do lote, ora vincula-se apenas à torre.
Nesse sentido, as relações formais entre o embasamento, a torre e a conformação do lote parecem circunstancialmente difíceis; o vínculo, entre o lote e a forma final da arquitetura, como no Jaçatuba, deixa suas marcas. A rua ainda é tida como desenhada ou perspectivada pelos edifícios ou seu embasamento nela alinhados.
Mesmo na torre isolada, persiste a questão de como tratar a continuidade volumétrica por meio de suas faces. O caminho adotado no Renata Sampaio é da retomada, agora com mais clareza, da parede lisa, contínua abstrata e quase cega- agora empena.
Essa parede “reduz” a questão compositiva, e plática da volumetria a duas fachadas a serem efetivamente tratadas: no caso em questão; norte e a sul.
Entre esses edifícios há outra questão a observar. O ABC foi projetado por conveniência dos incorporadores como três unidades independentes, com circulações e instalações sanitárias e entradas próprias. A estrutura independente de concreto armado já insinuava escritórios panorâmicos; apesar das modestas dimensões de seus compartimentos.
A disposição das circulações encostadas em uma das divisas do lote e a solução de poços de iluminação e ventilação são recursos típicos e racionais, adotados para solucionar edifícios de escritórios implantados em terrenos de esquina sem recuos laterais. É interessante notar a presença de esquema semelhante o arranjo espacial do Renata Sampaio: cujo programa destinava-se também a escritórios, embora esses formassem conjuntos maiores que poderiam ser remanejados com maior flexibilidade. Nele os espaços de circulação e instalações encontram-se alinhados na divisa lateral, indicadores tanto de uma prática anterior, ainda presente, quanto da necessidade de liberar os salões para a fachada maior e mais iluminada.
No ABC, o tema se antevê é o da curtain-wall, ou das paredes externas envidraçadas, preenchendo o vão entre pilares e vigas. A fachada é definida pela malha estrutural, pilares e vigas de concreto armado, explicitados em sua modulação:

Bibliografia: Edifícios Modernos e o Centro Histórico de São Paulo dificuldades de textura e forma. Autor: Alessandro José Castroviejo Ribeiro – Tese de Doutorado

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