Fachada baixa do Ed. Renata Sampaio Ferreira |
No Renata Sampaio revela uma tentativa de conciliar a
torre isolada, com seu fascínio próprio e, o embasamento conectado ao rés do
chão. Porém, essas relações mostram-se ambíguas: a própria torre não é
totalmente isolada: um de seus lados é uma empena cega postada na divisa de
fundo do lote, qualquer edificação colada ali poderia diluir a leitura da
torre; e o embasamento ora é fruto da geometria do lote, ora vincula-se apenas
à torre.
Nesse sentido, as relações formais entre o embasamento, a
torre e a conformação do lote parecem circunstancialmente difíceis; o vínculo,
entre o lote e a forma final da arquitetura, como no Jaçatuba, deixa suas
marcas. A rua ainda é tida como desenhada ou perspectivada pelos edifícios ou
seu embasamento nela alinhados.
Mesmo na torre isolada, persiste a questão de como tratar
a continuidade volumétrica por meio de suas faces. O caminho adotado no Renata
Sampaio é da retomada, agora com mais clareza, da parede lisa, contínua
abstrata e quase cega- agora empena.
Essa parede “reduz” a questão compositiva, e plática da
volumetria a duas fachadas a serem efetivamente tratadas: no caso em questão;
norte e a sul.
Entre esses edifícios há outra questão a observar. O ABC
foi projetado por conveniência dos incorporadores como três unidades
independentes, com circulações e instalações sanitárias e entradas próprias. A
estrutura independente de concreto armado já insinuava escritórios panorâmicos;
apesar das modestas dimensões de seus compartimentos.
A disposição das circulações encostadas em uma das
divisas do lote e a solução de poços de iluminação e ventilação são recursos
típicos e racionais, adotados para solucionar edifícios de escritórios
implantados em terrenos de esquina sem recuos laterais. É interessante notar a
presença de esquema semelhante o arranjo espacial do Renata Sampaio: cujo
programa destinava-se também a escritórios, embora esses formassem conjuntos
maiores que poderiam ser remanejados com maior flexibilidade. Nele os espaços
de circulação e instalações encontram-se alinhados na divisa lateral,
indicadores tanto de uma prática anterior, ainda presente, quanto da
necessidade de liberar os salões para a fachada maior e mais iluminada.
No ABC, o tema se antevê é o da curtain-wall, ou das
paredes externas envidraçadas, preenchendo o vão entre pilares e vigas. A
fachada é definida pela malha estrutural, pilares e vigas de concreto armado,
explicitados em sua modulação:
Bibliografia:
Edifícios Modernos e o Centro Histórico de São Paulo dificuldades de textura e
forma. Autor: Alessandro José Castroviejo Ribeiro – Tese de Doutorado
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