Os Edifícios Esther e Arthur Nogueira existentes na Rua 7 de Abril com Avenida Ipiranga com as ruas Basílio da Gama e Gabus Mendes foram fruto de um concurso interno, entre 1932 e 1934, patrocinados por Paulo de Almeida Nogueira então comandante da Usina Esther.
Os autores do projeto Álvaro Vital Brasil e Adhemar Marinho reformulariam o anteprojeto vencedor (entre 1934 ed 1935) e concluiriam o projeto final em 1936, antes do início das obras. De imediato depreendem-se desses dados o caráter privado do empreendimento conforme relata Fernando Atique, em “Memória Moderna, a trajetória do Edifício Esther. O conteúdo largamente bordado por ele vai de encontro a outras interpretações acerca do Esther e por decorrência da arquitetura moderna construída no Centro de São Paulo.
Carrilho, em texto intitulado “O Edifício Esther” (1999) antecipa esse caráter dos edifícios Esther e Arthur Nogueira comparando-os ao Ministério da Educação e Cultura: Ao antigo Edifício do Ministério de Educação e Cultura. Ao antigo Edifício do Ministério da educação e Saúde, de 1936, se atribui a condição de marco inicial da Arquitetura Moderna Brasileira, na sua forma mais desenvolvida e consistente. Nesse mesmo ano, inicia-se a construção do Edifício Esther, em São Paulo. Essas duas obras, embora simultâneas e vinculadas a mesma matriz, se contrapõem, no entanto, quanto à origem. De um lado, o prédio do MEC é uma iniciativa oficial do poder público que busca, na sua realização, a afirmação da política renovadora das ações do estado no campo cultural. O Edifício Esther, em contra partida, enquadrando-se no conjunto de investimentos dirigidos aos empreendimentos imobiliários para fins de renda. Atende a um programa de uso diversificado e formulado de maneira original. Essas características, entre outras, o coloca numa posição de particular interesse para a compreensão da história e do desenvolvimento da Arquitetura Moderna Brasileira (Carrilho 1999. P1).
Essa comparação abre caminho para se ver de outra forma a arquitetura moderna em São Paulo, ela nasce atrelada aos interesses comerciais e embora críticas as ponham em suspensão o fato é que elas representam uma linguagem moderna particular; com cicatrizes e virtudes. Essa vinculação pode ser observada no programa dos edifícios, sobretudo no Esther, de maior relevância e dimensão: o edifício abrigava além da sede administrativa da usina, lojas, escritórios diversas tipologias de apartamentos para renda; no Arthur Nogueira, havia lojas e apartamentos.
Nos termos de Atique “o estudo do Edifício Esther, e o entendimento das concepções e das ações de seus promotores, revelou outra face na modernização brasileira, diferente Daquela em que apenas o estado é tratado como financiador e patrocinador da renovação construtiva, plástica e urbana”. (2004) p.29)
Bibliografia: Edifícios Modernos e o Centro Histórico de São Paulo dificuldades de textura e forma. Págs 137 e 138 – Alessandro José Castroviejo Ribeiro – Tese de Doutorado da FAU
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