sábado, 1 de outubro de 2011

Rua General Osório


Ao defrontarmos com a atual rua General Osório, temos de evocar os bucólicos tempos do campo Redondo, a velha chácara que ali existia e que foi retalhada pela invasão do progresso, a fim de serem abertas as ruas e praças que então se iam fazendo necessárias.
A velha Chácara do Campo Redondo era assim chamada porque o seu limte tinha mesmo aspecto redondo, abrangendo toda aquela zona onde hoje se situam as ruas Duque de Caxias, Visconde do Rio Branco e outras.
Coicidindo esse retalhamento urbano com o final da Guerra do Paraguai, os edis paulistanos no afã de agradar aos heróis, passaram a dar os seus nomes a algumas nas novas ruas abertas.
E aí está hoje, em vez do Campo Redondo, ou de chácara, esse lugar se chama rua General Osório.
Manuel Luís Osório nasceu em 10 de maio de 1808, em terras que pertenciam à Vila de Nossa Senhora da Conceição do Arroio (RS), que, posteriormente, tomou o nome de Osório, pelo motivo do seu nascimento.  Foi criado na fazenda do avô materno. Seu pai, Manuel Luís da Silva Borges, filho do casal descendente de açorianos Pedro Luís e Maria Rosa da Silveira, ambos naturais da freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Lagoa, na ilha de Santa Catarina, era um destacado e condecorado militar que lutou no Estado Oriental (atualUruguai) nas guerras de 1811 e no período de 1816 a 1821..
Quarto filho de uma humilde família de 14 filhos, aprendeu a ler e escrever sem ter feito estudos regulares. Em 1º de maio de 1823, com 15 anos incompletos, alistou-se como voluntário na Cavalaria da Legião de São Paulo e acompanhou o regimento de seu pai na luta contra as tropas portuguesas do brigadeiro Dom. Álvaro da Costa, estacionadas na Cisplatina (atual Uruguai), durante a Guerra da Independência do Brasil (1822 - 1823). Contava apenas 15 anos quando teve seu batismo de fogo à margem do arroio Miguelete (13 de maio), nas proximidades de Montevidéu, em um combate contra a cavalaria portuguesa. Um ano depois, foi designado cadete e, mais tarde, alferes do 3º Regimento de Cavalaria da primeira linha.
Em 1824, inscreveu-se na Escola Militar. Preparava-se para seguir os estudos militares quando sua inscrição foi anulada devido à guerra iminente no Sul do país. Teve de enfrentar nova campanha, na Guerra Cisplatina, entre 1825 e 1828. Em 12 de outubro de 1825, junto ao arroio Sarandi, sob o comando de Bento Manuel, o Alferes Osório combateu os orientais à testa de seus lanceiros e se destacou não apenas por ser o único oficial do seu esquadrão a sobreviver à batalha de Sarandi, mas também por salvar a vida de seu comandante, que proferiu: "Hei de legar-lhe, Alferes, a minha lança, porque a levará aonde tenho levado". A lança hoje pertence ao acervo do 3º RCGd - "Regimento Osório" - e é empunhada pelos seus comandantes em atividades festivas.
No início de 1827, Osório continuava em campanha na região de Santana do Livramento. Em 20 de fevereiro de 1827, na Batalha de Passo do Rosário seus lanceiros foram o único corpo de tropa brasileira que não foi desbaratado durante a batalha. Em outubro, foi promovido a tenente e participou das conversações de paz com a desanexação da Cisplatina e reconhecimento da independência do Uruguai, acompanhando o General Lecór.
Firmada a paz, recolheu-se com seu regimento a Rio Pardo, onde passou a morar, consagrando-se à política pelo Partido Liberal. Em 15 de outubro de1835, casou-se com a Sra. Francisca Fagundes, tendo como padrinho Emílio Mallet, que, posteriormente, lutaria a seu lado na Campanha da Tríplice Aliança.
De espírito liberal, Osório teve simpatia pela causa farroupilha, combatendo iniciando ao lado dos rebeldes, até a proclamação da República Rio-grandense(República de Piratini), em 1836, quando o movimento tomou feição separatista, o que ele não aceitou, motivo pelo qual integrou-se ao Exército Imperial, no qual permaneceu até o fim da revolta. Participou, ainda, nos combates contra os rebeldes em Porto Alegre, Caçapava e Erval. Tornou-se capitão em 1838 e major em 1842. Em 1844, solicitou a sua reforma, mas o Exército não querendo dispensá-lo, nomeou-o tenente-coronel. Auxiliou Caxias na feitura da paz de Poncho Verde, que se selou em 25 de fevereiro de 1845.
Ao longo de sua vida foi agraciado com os títulos de barão do Erval (1 de maio de 1866), visconde de Herval  abril de 1868) e de marquês do Erval(29 de dezembro de 1869). Foi casado com Francisca Fagundes, de quem teve quatro filhos: Fernando Luís Osório (1848-1896), Adolfo Luís Osório (1847-?), Manuela Luísa Osório (1851-1930) e Francisco Luís Osório (1854-1910).]
Em, 4 de outubro de 1879 faleceu no Rio de Janeiro, aos 71 anos de idade.
Bibliografia:
São Paulo de Antigamente: História pitoresca de suas ruas- Vitor Manoel

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