São Paulo Historico (Aspectos, Lendas e Costumes)Vol 1 – Sant’Anna, Nuto
O que se chama hoje, em São Paulo, a Cidade, o Triangulo, o Centro, chamava-se outrora, “para dentro das pontes” A área urbana delimitava-se pelos rios Tamanduateí e Anhangabaú em quase todo o seu contorno e, para o oriente, já bem fora da zona em que se espalhava e adensava o casario, pelo rio Lavapés.
Ponte do Lorena , Hoje Praça da Bandeira |
No Tamanduateí havia três pontes: a primeira, a mais importante, chamou-se apenas, “a ponte”, em 1560; ponte do Tamanduateí ou da Tabatinguera até 1750, e daí por diante, do Fonseca, por ter existido nas suas cercanias, com este nome, uma chácara. Vinha depois a do Carmo, no fim da ladeira deste nome e, a seguir, a do Mercado, na ladeir Municipal, que depois foi João Alfredo e é hoje General Carneiro.
No Anhangabaú as pontes eram: a da Limpeza, na atual rua da Assembléia, no trecho em que o rio foi conhecido pelo nome de ribeirão da Limpeza, por passar pelo antigo matadouro da rua Humaitá e nele se fazerem também os despejos da antiga Cadeia do largo de São Gonçalo, hoje praça João Mendes; vinha depois a de Antônio Manuel ou do Bexiga, na subida da ladeira de Santo Amaro.
Nas proximidades desta ponte existiu uma nascente, tendo sido nela edificado, em 1744, por um celebre pedreiro da época, chamado Cipriano Funtam, o primeiro chafariz de São Paulo.
A seguir, logo após as barras dos ribeirões do Bexiga e Saracura, que deságuam no Anhangabaú, ficava a ponte do caminho de Pinheiros, conhecida depois de 1750 por do Piques e que se chamou também do Lorena, por ter sido recostruída no governo do capitão general D. Bernardo José de Lorena, que governou a Capitania de São Paulo de 5 de julho de 1788 até 27 de junho de 1797. Esta ponte, em 1831, dói denominada 7 de Abril, para celebrar a abdicação de D. Pedro I . Este nome não pegou.
Ainda no Anhangabaú tivemos uma ponte de pouca importância, no Beco do Sapo; logo abaixo desta, suponho que se localizava outra mais ou menos em frente ao Mosteiro de São Bento; vinha depois a da rua Florêncio de Abreu, que se chamou do Povo, da Figueira de São Bento, do Miguel Carlos e da Constituição.
Da Figueira de São Bento, por existir no lugar uma figueira, em terreno dos beneditinos ; do Miguel Carlos por ter ali possuído uma chácara o Dr. Miguel Carlos Aires de Constituição em homenagem á outrora da Constituição Imperial de 25 de Março de 1824. Paralela a esta na mesma rua Florêncio de Abreu, situava-se outra, sobre um pequeno córrego cujas águas derivavam da chácara do brigadeiro Joaquim José Pinto de Morais Leme.
Do outro lado da Glória, tivemos a ponte do Lavapés, e a lenda diz assim chamar-se o rio por fazer, no local, um grande espraiado que dava perfeitamente passagem aos transeuntes que nele involuntariamente lavavam os pés, Lavapés.
As pontes mais importantes, quando aqui esteve, em 1819, Saint-Hilarie, eram a do Ferrão, a terceira indo da cidade para a Penha, pela ladeira do Carmo; a do Carmo; a do Lorena; e a do Acú, sendo esta, na época segundo o ilustre naturalista, a mais larga, mais comprida e mais bonita.
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