A rua Anhangabaú era o outro lado a continuidade da rua Formosa só que em direção ao viaduto de Santa Ifigênia. Foi uma rua projetada conforme descrito pela lei n°560 de dezembro de 1901 onde o executivo municipal ficou autorizado “a abrir a projetada rua Anhangabaú”.
No ano de 1904 através da lei nº 743 ficou declarada de utilidade pública os prédios e terrenos necessários ao prolongamento da travessa do Paissandu atual rua Abelardo Pinto até a rua Anhangabaú, hoje parque de mesmo nome. Em 1906 a administração municipal foi autorizada a realizar melhoramentos na rua. Em março de 1910 os acordos para desapropriação começam a se efetivar.
Quando se faz necessário remover o mercado da rua São João para outro local tendo em vista a necessidade de alargamento para que a rua São João se tornasse avenida, uma das sugestões foi a lei nº 1326 de junho de 1910 que declarava de utilidade pública os terrenos da rua Anhangabaú necessários a construção do novo mercado que substituiria o da rua São João. No mesmo ano a lei nº 1339 de 27 de julho autorizava o prefeito “a adquirir o domínio direto do terreno da rua Anhangabaú, de propriedade do Dr. Antônio Melchert por onde deve passar o viaduto de Santa Ifigênia. Já a lei nº1364, de 25 de novembro de 1910 autorizou o Prefeito a indenizar o proprietário do prédio nº 49 da rua Anhangabaú. A lei nº 1445 de 12 de agosto de 1911 declarou de utilidade pública parte do prédio nº 37 da rua Anhangabaú e parte do prédio de nº 19 a 23 da rua do Lucas. Onde mais tarde se instalaria parte da Praça Pedro Lessa.
As desapropriações para adequar o centro de São Paulo a novos tempos eram caras e apenas algumas, de proprietários mais habilidosos nas artes de comerciar imóveis, é que aparecia a negociação com preço por metro quadrado. Temos como exemplo o caso do “acordo feito com o Sr Antônio A.Leite Penteado e Antônio Paes para o prolongamento das ruas Anhangabaú e Senador Queiroz respectivamente a um custo de 25mil reis o metro quadrado.”
Em junho de 1913 a lei municipal nº 1711 “autoriza o prefeito a adquirir do respectivo proprietário um terreno com 1.173,50cm, necessários para o prolongamento da rua Anhangabaú.”. Esta desapropriação custou aos cofres da municipalidade “cinqüenta mil reis o metro quadrado”. Exatamente o dobro do metro quadrado pago a Antônio Leite Penteado e Antônio Paes.
O melhor referencial encontrado para se ter certeza da localização da extinta rua Anhangabaú está na resolução nº 66 de 1917 onde denomina-se “Praça do Correio” a praça em forma retangular, situada na Av: São João, no ponto de conjunção com as ruas Formosa, Seminário e Anhangabaú.
Na verdade a rua Anhangabaú só existiu entre 1904 e 1940 quando deu lugar ao Bulevar do Valle do Anhangabaú.
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