Outro dispositivo no mesmo Decreto-lei (artigo 3º)
determinavam que edifícios construídos na área central, a partir de altura de
40m, deveriam atender recuos laterais
2,5m em relação às divisas do lote;e a partir
de 65m esses recuos deveriam ser de 4,5m no mínimo. Essas
regulamentações esclarecem os corpos mais baixos e a torre (e sua pequena
saliência) na configuração final do Edifício Thomaz Edson.
Analisando-se a planta do pavimento tipo (do 1º ao 11º) é
possível perceber que partir do 12º andar- em se cumprindo os recuos – não era
razoável manter o corpo criado para os fundos do lote: não haveria área útil
que o justificasse; assim, foi conformada a torre como uma volumetria
parcialmente autônoma; que também sofreu um decréscimo do 19º ao 24º pavimento;
atendendo a um recuo de 4,5m. Diante desses dispositivos, enquanto o edifício
atingia altura um escalonamento em forma piramidal era consequentemente
definido; diferente, por tanto, do escalonamento decorrente dos recuos
sucessivos identificados na Rua Marconi e outros logradouros da cidade.
Não há dúvida de que a legislação determinava os
contornos da volumetria; entretanto, essas causas não são suficientes para
explicar outras escolhas de projeto como a modulação estrutural, a disposição
do núcleo regido ( elevadores, escadas e instalações sanitárias), as correções
nas porporções e o domínio sobre a intenção formal: aqui entendida como o
ideário moderno, ou parte dele.
Por meio da planta do tipo ( até 12º piso) é possível
compreender a concepção estrutural do corpo principal paralelo à rua: uma malha
de pilares no sentido perpendicular, distanciados regularmente (vãos de 5,04m),
modula o espaço e estabelece ao alinhamentos das fileiras de pilares;o núcleo
rígido e apoios embutidos nas paredes laterais encerram o sistema de apoios. No
bloco voltado para os fundos, a estrutura está contida nas paredes laterais,
sem grande destaque. Duas observações fazem-se necessárias quanto a modulação
estrutural; primeiro, a modulação no sentido horizontal (5,04) sofre pequena
correção se aproxima das divisas laterais e a modulação no sentido vertical
(perpendicular a rua) também é ajustada em função da ligeira curvatura da fachada
principal. Essas sutilezas evidenciam os contraditórios entre a ideia de um
sistema (reprodução seriada) e a composição mais afeita às correções
circunstanciais e de execução mais artesanal.
Bibliografia: Edificios
Modernos e o Centro Histórico de São Paulo dificuldades de textura e forma –
Alessandro José Castroviejo Ribeiro- Tese de Doutorado.
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