domingo, 20 de novembro de 2011

Igreja de Santa Cecilia

A Igreja de santa Cecília, no largo do mesmo nome, e, historicamente, quase centenária. Vem daqueles recuados anos de 1860 quando, na sessão da Câmara de 27 de setembro, foi lido “um abaixo assinado os moradores no distrito da freguesia de Santa Ifigênia significando que lado de vinte e uma assinaturas que desejando construírem um templo á Santa Cecília tem em vistas um terreno sito no largo além do tanque do Arouche”. E mais, terreno situado “entre a Rua da América e a estrada de Campinas, pedindo se lhes dê o mencionado terreno que se acha devoluto, afim de nele construírem o mencionado templo”.  
Igreja de Santa Cecilia
No terreno doado os devotos construíram a primeira capela e Azevedo Marques informa que a data do lançamento da primeira pedra é de 2 de abril de 1861. Que foi neste ano não há dúvida alguma, conforme relata em seus “Apontamentos para a História da Paróquia da Santa Cecília o cidadão Francisco Inácio Xavier de Assis Moura. Ele mesmo dá a comissão encarregada das obras, que esteve integrada por Henrique Pupo de Moraes, o capitão Francisco de Paula Xavier de Toledo, Francisco Leandro de Toledo, Joaquim José Ferreira, Damaso Nogueira de Sá, Bernardo de Figueiredo e outros. Encarregados de levantar uma “capela dedicada a São José e Santa Cecília no bairro do Arouche no lugar denominado tanque do Teobaldo”.
Naturalmente as pretensões dos devotos de São José e Santa Cecília eram bem modestas, pois a primeira capela foi humilde e frágil, “feita de madeira, sem arquitetura, nem solidez”, na descrição daquele mesmo cidadão Assis oura. Tinha somente o altar-mor, simples também, com as duas imagens de padroeiros “e dois pequenos corredores aos lados da pequena capela-mor”. Mas o suficiente para os devotos agasalharem seus pedidos e suas crenças.
E o suficiente para que começasse a crescer na paisagem quase desnuda do bairro nos meados do século XIX, por onde passavam tropas de burros, boiadas, cavaleiros a caminhos de Campinas, rumo àquele pouso último que era a Água Branca. Com efeito, já em 1869, aos 13 de abril, o edital de patrimônio da capela foi dado na Câmara Eclesiástica. O protetor e zelador da capela de “São José e Santa Cecília” informava ao vigário capitular, em requerimento, que à capela “fora Doda com uns terrenos no mesmo bairro e ao lado da capela pelos capitães Bento José Alves Pereira e sua mulher para nesse terreno construírem o necessário patrimônio da Capela”.  E pedia o zelador ao padre Joaquim Manuel Gonçalves “as diligencias precisas para semelhante fim”.
Durante onze anos a humilde capela atendeu às necessidades dos devotos do bairro então incipientes e de pouca população. Vivia sob a estola da freguesia da Consolação, de cuja igreja saia o padre muitas vezes para dizer os ofícios religiosos diante de modesto altar de São José e de Santa Cecília. Em 1880, porém, segundo ainda o cidadão Assis Moura, foi fundada a Irmandade de São José e Santa Cecília, cujo objetivo era a construção da nova capela, já que a primitiva, ou estava sendo dominada pela velhice, ou já não atendia ao desenvolvimento do bairro.
Aos 17 de julho de 1882 o bispo concedia licença “para a demolição da capela e construí-la novamente”. Os trabalhos foram feitos com certa rapidez pois dois anos depois, isto é, aos 21 de novembro de 1884 estava acabada a nova igreja, sendo concedida a benção necessária “usando da formula breve- Benedictio loci”.

Bibliografia:
Igrejas de São Paulo, Leonardo Arroyo

Nenhum comentário:

Postar um comentário