Ponciano Levino, Todos os centro da Paulicéia
A burocracia que está na vida brasileira tem suas raízes na pátria mãe Portugal. O povo português era famoso por seus trâmites burocráticos e isso eles trouxeram logo nos primeiros navios com que aportaram em terras paulistas.
Assim, para exercer qualquer tipo de comércio, o cidadão de São Paulo precisava ter autorização expressa da Câmara Municipal, o que obtinha após ter preenchido diversas formalidades, ter pagado taxas, ter respondido a perguntas etc...
Já naquele distante século o cidadão percebia que, diante de tantas formalidades, o melhor era a informalidade. E os vendedores ambulantes proliferaram, vendendo de tudo. Eram os chamados mascates.
Diante da perda de receita, a Câmara entrou em ação e proibiu tal comércio...A exemplo do que acontece nos dias atuais, a lei não vingou e os mascates continuaram a vender, prosperaram e se multiplicaram.
Procura-se funcionário para “serviços gerais”
A partir de 1775, tornaram-se raros os enforcamentos em São Paulo; tanto assim que nem carrascos a prefeitura tinha, isto é, não tinha até a chegada do governador e capitão-geral Martim Lopes Lobo de Saldanha, segundo o historiador Nuto Santana, um sujeito azedo de maus bofes. Uma de suas primeiras providências foi recrutar um sujeito capaz de enforcar com maestria. Tratava-se de um funcionário público com horário flexível, já que os “melhores enforcamentos” aconteciam aos domingos e feriados. O capitão ficou anos esperando um bom funcionário, pois o vice-rei não estava disposto a gastar com mais um empregado. Os condenados de São Paulo, para tristeza de Saldanha, eram executados no Rio de Janeiro, porque aqui não havia Junta de Justiça.
Anos depois, os enforcamentos voltaram a todo vapor. Dessa feita, no largo da Forca, no bairro da Liberdade.
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