domingo, 20 de fevereiro de 2011

Praça da República

Centro Velho de São Paulo – 450 Anos de História Autora Guimarães, Laís de Barros Monteiro Samarão

Largo dos Curros, antes da abdicação de D. Pedro I, Largo Sete de Abril, a seguir, e Praça da República após a proclamação da República em 1889, denominação esta escolhida pelo povo de São Paulo, através de voto popular.

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Quando ainda se chamava Largo dos Curros, era o local onde o povo se encontrava, era cheio de restinga e largado. Mas era ali que se instalava a montanha russa ou o Circo dos Touros, onde a recreação popular acontecia.

As touradas eram frequentes na praça diante do Largo do Arouche, significado o termo “curro”, o local onde ficavam os touros antes de entrarem no largo, área em que acontecia as atrações equestres, tauromáquicas, durante vários decênios em São Paulo. Por isso era chamado de Largo dos Curros.

São Paulo ainda era uma província, quando a Escola Normal foi transportada pera o Largo Sete de Abril, a qual ficava a Travessa do Tesouro, desde a presidência de João Teodoro. Caetano de Campos projetou no Governo de Bernardino de Campos a reforma da instrução pública de São Paulo e da Escola Normal.

Seu prédio foi erguido entre 1892 e 1894, segundo projeto de Ramos de Azevedo na Praça da República, antigo Largo dos Curros. Foi o primeiro edifício público da cidade de São Paulo, construído além do Anhangabaú, representando, por si mesmo, o avanço da área urbana em direção à região que se identificaria como centro novo e, principalmente, a tomada do poder político pelos republicanos impulsionados pela afirmação de sua crença e princípios de filosofia positivista.

A construção dessa Escola na Praça da República fez com que a área fosse ajardinada e arborizada. Também as adjacências à praça, ainda longínquas do centro, entraram em grande desenvolvimento. A rua do Pocinho passou à Rua Vieira de Carvalho ligando a Praça do Arouche. O povo acorria a essa região no mês de maio para as festividades da Santa Cruz do Pocinho.

Aos poucos, a área foi se remodelando, constituindo-se em certo período de vida urbana paulistana em centro de diversões carnavalescas.Lago e Jd da praça da rep.1920

Mais tarde, a Praça da República se aristocratizou, cercando-se dos beneplácitos do progresso: mais luminosos, mão de trânsito, as jovens normalistas, estudantes da “Escola da Praça”, levando para ali a brejeirice e a alegria da mocidade. E, à noite, os estudantes de Direito, no dia 11 de agosto, teciam loas à herma de Álvares de Azevedo, sob a garoa.

Foi na Praça da República que, aos 3 de maio de 1932 tombaram quatro paulistanos cujas iniciais de seus prenomes ficou como legado à Revolução Paulista de 1932 – M.M.D.C, um símbolo do heroísmo e da consciência cívica do povo de São Paulo.

Foi ainda na Praça da República que, nos últimos anos do século XX, se realizava, aos domingos, a Feira Folclórica de São Paulo, onde se agrupavam dezenas de vendedores de artesanato e petiscos brasileiros. O afluxo de visitantes era muito grande. Conhecida em todo o Brasil, era ponto de atração de turistas até de outros países.

 

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