domingo, 30 de janeiro de 2011

Rua Barão de Itapetininga

Todos os Centros da Paulicéia – Ponciano Levino 2007
james-deanDurante décadas e décadas, a Barão de Itapetininga foi uma das ruas mais chiques de São Paulo. Nos primeiros anos de 1900, era a moradia de nobres paulistanos, como o senador Paulo Egídio de Oliveira Carvalho e do então proprietário do Diário Popular. Quando o Mappin se mudou para a praça Ramos de Azevedo, no início de 1940, a Barão ficou de fato chique, com as madames e os senhores passeando e esperando a hora para o chá na famosa loja de departamentos.
Esteve por ali também, por duas décadas, a Confeitaria Vienense, que recebia seus ricos clientes com orquestra e tudo. Claro, isso não era par todo mundo . Apenas para a nata da sociedade. Era tão chique que ficou conhecida à boca pequena como Via Vêneto, alusão ao que há de mais elegante na cidade de Roma. Um grande número de lojas de modas e livrarias refinadas.
A rua nasceu em 1862 e começava na praça da República. Era parte de um grande chácara de Joaquim José dos Santos, o barão de Itapetininga. A propriedade era uma grande plantação de chá. Depois da morte do barão, a baronesa doou a área à prefeitura com a condição de que a rua tivesse o nome do falecido. Ela casou-se novamente com um barão, dessa vez o de Tatuí.
Nos agitados anos 50, quando a Barão era o centro da elegância paulistana, o seu número 143, atualmente ocupado por uma agência bancária, abrigava a Confeitaria Fasano, em cuja porta se encontravam os chamados playboys, aqueles filhotes da “juventude transviada” e órfãos nacionais de James Dean. Ficavam com seus blusões de couro e cabelos lotados de gomalina à espera de uma garota ou mesmo de uma boa encrenca.

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