No início do século XIX, toda a área hoje conhecida como "Vila Buarque" era de propriedade do Tenente General José Arouche de Toledo Rendon que nasceu em São Paulo em 14 de março de1756 e faleceu em 26 de junho de 1834 também em São Paulo. Era o único filho varão do mestre-de-campo Agostinho Delgado Arouche.
O General Arouche foi o introdutor da cultura do chá na cidade de São Paulo, por volta de 1820, transformou toda a sua chácara numa imensa plantação com mais de 54 mil pés. Em 1811 Arouche oficiou a câmara nos seguintes termos: “Por não haver dentro da desta cidade nem em seus subúrbios uma praça em que se possa disciplinar os melicianos por brigadas, tomei a resolução da fazer desterrar e aplainar a Praça denominada da Legião, a custa dos melicianos desta cidade que voluntariamente querem para isso concorrer com porção módica. Esta dita praça foi por mim demarcada quando por ordem do senado retalhei, arruei e demarquei a Cidade Nova. Então lhe pus o nome de Praça da Legião, na espera de eu este Corpo com sua gente a procurasse para exercícios das suas três armas”. Assim ficou implantado em sua propriedade uma praça para exercícios militares que englobava os atuais "Largo do Arouche" e "Praça da República".
No seu interior no largo havia uma pequena lagoa que foi aterrada nos últimos anos do século XIX. Nesse sentido, a antiga "praça da Legião" passou a ser conhecida também como "Tanque do Arouche". Em 1865 o vereador Malaquias Rogério de Salles Guerra, ao realizar uma revisão dos nomes das ruas de São Paulo, alterou aquela denominação para "Campo do Arouche". A partir de sua urbanização e calçamento em finais do século XIX, adotou-se informalmente o nome de "Largo do Arouche". Em 1910 (Lei 1.312 de 26/04) parte do largo, entre as ruas do Arouche e Sebastião Pereira passou a chamar-se "Praça Alexandre Herculano". Em 1913, através da Lei 1741 de 18 de setembro, revogou-se a Lei 1.312 e todo o espaço voltou a ter a denominação de "Largo do Arouche".
O córrego do Carvalho era formado pelo transbordamento do Tanque do Arouche como explica Afonso Antônio de Freitas “formavam córrego atravessando o Largo do Arouche e correndo entre as ruas Maria Thereza e Sebastião Pereira na direção da atual rua Frederico Steidel hoje Avenida São João e alameda Helvetia indo formar nova e mais volumosa lagoa entre a alameda Glete, Barão de Limeira e alameda Nothmann a qual transvasava para em seguida formar o córrego do Carvalho”. Hoje em frente à Secretaria de Educação do Estado e a Academia Paulista de Letras há um dreno de água cristalina lembrando a todos que ali há uma nascente.
Uma mudança na estrutura geográfica do largo foi feita para lei nº 2.798 de 18 de dezembro de 1924 quando foi autorizada “a abertura de uma rua que, partindo do Largo do Arouche, vai até a avenida São João”. A lei nº 2.884 de 10 de julho de 1925 cumpre a determinação da lei anterior e “aprova o acordo feito para a aquisição de uma área sita entre os nºs 92 e 100 do largo do Arouche. O acordo foi feito “com d. ºMaria Athayde Bittencourt, constante do termo lavrado na diretoria de Patrimônio, em 19 de maio de 1925, para aquisição de uma área de 345 metros quadrados de terreno situado entre os nºs 92 e 100 do largo do Arouche, pela quantia de 80.000$000, área que se faz necessária a abertura de uma rua entre a avenida São João e o referido largo.
Já a lei 2.989 de 27 de julho de 1926 autoriza a abertura da rua, “em diagonal, na parte alta do largo do Arouche”, onde hoje esta a ligação entre o Largo do Arouche e a AV: São João.
Hoje o Largo do Arouche junto com a Praça da República formam um dos lugares mais agradáveis e aprazíveis do Distrito República no Centro de São Paulo.
Bibliografia:
Jorge, Clóvis de Athayde - Consolação uma reportagem histórica
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